Como fazer uma entrevista acadêmica?
Existem diversas técnicas de coleta de dados para um trabalho acadêmico Muitos pesquisadores ficam tão envolvidos com livros e revistas que não percebem como fazer uma entrevista científica. O fato é que recorrer aos sujeitos certos também pode garantir informações relevantes para a investigação.
Porém, o ato não se resume a uma conversa. As abordagens costumam variar, dependendo dos objetivos de cada pesquisa. Na dúvida, este passo a passo pode ajudar você a elaborar um roteiro de entrevista. Confira!
Como fazer uma entrevista
O primeiro passo é definir que tipo de informações você precisa obter. Se a pesquisa for quantitativa, talvez seja melhor aplicar um questionário.
Ferramentas online, como Survey Monkey e Google Forms, ajudam a atingir muitas pessoas com poucos cliques. Os dados obtidos poderão ser filtrados posteriormente, conforme os critérios adotados na investigação – idade, gênero, condições socioeconômicas etc.
Agora, caso o tema do seu trabalho demande um contato mais direto com os sujeitos, então a entrevista pode ser o melhor caminho. Por exemplo, um profissional de Marketing colabora para entender as estratégias adotadas em sua empresa. Já um professor aposentado pode testemunhar sobre como era dar aula nos anos 1970. Questionar “qual a importância do feminismo na sua formação identitária?” pode fazer pouco sentido para uma adolescente. Nessa situação, questões mais certeiras seriam: o que você entende por feminismo? Você se identifica com o movimento? Por quê?
Elabore um roteiro
Defina como fazer uma entrevista. Ela pode ser estruturada, com perguntas pré-determinadas, ou semi estruturada, com tópicos que deverão ser abordados a partir dos rumos da conversa.
Aliás, nunca interrompa alguém para fazer uma pergunta. Respeite o tempo do entrevistado.
Faça um teste
Se bater o nervosismo e você achar que não conseguirá conduzir a situação, treine um pouquinho com um colega. Se possível, conte com alguém de outra área de conhecimento. A pessoa poderá dizer se alguma pergunta está confusa ou precisa ser mais trabalhada.
Seja cordial
Chegar ao entrevistado, principalmente ser for um profissional com a agenda cheia, será um exercício de paciência. Verifique a melhor maneira de abordá-lo – se por e-mail ou telefone, por exemplo. Apresente-se, explique os objetivos do trabalho e diga por que a conversa com a pessoa é necessária. Mantenha sempre a boa educação.
Registre a entrevista
O melhor é sempre entrevistar alguém pessoalmente. Se não for possível, comunicadores online, como o Skype, são uma alternativa. O importante é gravar o áudio, seja com o celular ou com um software específico. Isso garante que as informações serão resgatadas com fidedignidade, no momento da análise.
Peça autorização
O sujeito deve estar ciente de que a conversa será gravada. Alguns assuntos sensíveis podem encabular, ou mesmo ser sigilosos. Vale, aqui, uma negociação para que determinados pontos sejam suprimidos do relatório.
Caso esses trechos sejam justamente os relevantes, pode-se trabalhar com a possibilidade de omitir a identidade da fonte. Essa prática é muito comum em pesquisas com crianças ou pessoas em situação de risco.